1. O DIÁRIO DE DOM ROMAIN
23 – 31 de janeiro de 1883
“Marie começou no dia 28 a ouvir da boca do Mestre bem-amado instruções relativas ao futuro, muito claras e precisas.”
“No dia 29 de manhã, na santa comunhão, elas se tornaram mais claras ainda.”
“No dia 29 à noite, durante uma prolongada oração, elas me foram comunicadas:
“Jesus disse à sua esposa as palavras de Deus a Abraão: “Egredere de terra tua et de cognatione tua et de domo patris tui, et veni in terram quem monstravero tibi, faciamque te in gentem magnam et benedicam tibi…”[3]
“Jesus quer que se retome a obra do Pe. Muard a fim de lhe dar o seu pleno e verdadeiro desenvolvimento. Jesus diz que as filhas e os filhos da sua pequena esposa e de seu pai espiritual serão numerosos, que eles terão a forma e o espírito desejados por São Bento, mas na sua unidade e simplicidade primitivas: que será necessário, de certa forma, suprimir as tradições dos séculos posteriores a Nosso Pai São Bento, fazer como se estivéssemos recebendo a Regra de sua mão, sem intermediário, retomar a obra do Pe. Muard tal como ele a explica nas suas constituições e restabelecê-la sem nenhuma outra influência que a de Nosso Pai São Bento na sua Regra.”
“Jesus faz entender que essa dupla família de filhos e filhas de São Bento e do Pe. Muard vai se constituir, dentro de alguns anos, sobre as ruínas amontoadas pelas catástrofes que nos ameaçam. O começo será muito pobre e pequeno. As duas almas, que vão ser as pedras fundamentais, terão muito que sofrer para realizar a obra do Bem-Amado.”
“Jesus nos mostrou a necessidade de realizar esse projeto para reparar os ultrajes feitos à sua infinita bondade, para pôr em vigor novamente o verdadeiro e primitivo espírito monástico livre das misturas modernas, para reservar para si almas escolhidas nas quais ele poderá encontrar suas delícias.”